Primeiro senador de origem japonesa

Jorge Yanai

Nortão, 1979. Jorge Yoshiaki Yanai chega à recém-fundada e emancipada Sinop. Na bagagem o diploma de médico outorgado pela Universidade Federal do Paraná. Na cabeça planos para exercer a profissão e se enveredar pela pecuária. Política não povoava sua mente.

Sinop era cidade insalubre, assolada pela malária e também destino regional de vítimas de cobras, escorpiões, abelhas e queda de galhada na região. Cirurgião e ginecologista o doutor Jorge Yanai tornou-se uma das referências em sua área para a população do município.

De referência à líder político o médico subiu ao palanque. Para ele, candidatura era novidade, coisa que encontrou em Sinop e com a qual nunca havia pensado em sua terra natal, Bandeirantes, no Paraná.

As urnas foram generosas com o doutor Jorge Yanai em sua primeira candidatura e ele se elegeu deputado em 1990. Cumpriu o mandato e se orgulha de seu posicionamento em plenário, sempre em defesa do Nortão. A política lhe roubou o título de doutor e lhe deu identidade parlamentar. Virou deputado Jorge Yanai. Em 2002 o senador e candidato à reeleição Jonas Pinheiro o convidou para segundo-suplente de sua chapa, que foi vencedora. Jonas morreu e foi sucedido pelo primeiro-suplente Gilberto Goellner.

Numa composição política Goellner se licenciou no Senado e, Yanai, mais uma vez, perdeu um título para ganhar outro. Deixou de receber o tratamento de deputado e virou senador. Com sua curta passagem pelo plenário entre 06 de maio de 2010 e 09 de setembro daquele ano foi rebatizado. Passou a ser o senador Jorge Yanai. Mais que chegar ao plenário ele se tornou o primeiro senador de origem japonesa, condição essa que lhe deu notoriedade nacional.

Em 2008, o senador Jorge Yanai (DEM) foi candidato a vice-prefeito do empresário paulista Paulo Fiúza (PV) em Sinop e sua chapa foi vencida pelo radialista paranaense Juarez Costa (PMDB). Na eleição de 2014, pelo PMDB, voltou à suplência no Senado, na condição de primeiro-suplente do senador Wellington Fagundes (PR).

O texto acima é parte e um dos capítulos sobre os personagens do Nortão, no livro “NORTÃO BR-163: 46 ANOS DEPOIS” escrito em Cuiabá pelo jornalista Eduardo Gomes de Andrade e publicado em dezembro de 2016, sem apoio das leis de incentivo cultural.

 

EDUARDO GOMES/blogdoeduardogomes

Foto: MAURÍCIO BARBANT