Escândalos envolvendo agentes públicos em todas as esferas de poder tornaram indispensável a mobilização da sociedade para a defesa do patrimônio público, fruto do trabalho dos contribuintes mato-grossenses, e para a garantia de punição para aqueles que o dilapidaram, nesses últimos anos.
Mas acontece um problema: apesar dos sindicatos dos bancários e do Sintep terem participado da reunião de fundação do movimento, o Fórum Sindical, pela maioria dos seus sindicatos participantes, resolveu boicotar o Reage MT. E pior: resolveu sair denunciando o movimento, como se o Reage MT fosse uma montagem de grupos que também teriam responsabilidade pelos escândalos que aconteceram em Mato Grosso.
Ora, tenham a santa paciência, senhores sindicalistas Oscarlino Alves (Sisma) e Domingos Sávio de Arruda (Adunemat), coordenadores do Fórum Sindical. Isso me parece uma reação de quem não consegue se livrar do seu sectarismo para construir um efetivo movimento de massas.
A verdade é que tem gente, entre os sindicalistas, preocupada com o fato de que o Reage MT pode representar uma articulação que, no futuro, desaguará na candidatura de personalidades, como o presidente da OAB, Leonardo Campos, ou do representante dos lojistas de Shopping, Junior Vitamina, para a disputa das eleições de 2018.
Mas não se pode dizer o mesmo do Fórum Sindical?! Sindicalistas como o próprio Oscarlino, o sargento Joelson e o Edmundo César não poderão também estar lá, disputando as eleições, em 2018, como é direito deles? Por que temer o futuro e destruir as possibilidades de luta conjunto no aqui e agora?
Acontece que somente uma grande e portentosa manifestação popular, no próximo dia 10, poderá emparedar de vez aqueles senhores e senhoras denunciados por meterem a mão no sagrado dinheiro do erário – e arrancá-los da cômoda situação em que se encontram.
O objetivo comum, portanto, deve ser o de firmar a necessidade de que os suspeitos de corrupção, tal como aconteceu no Tribunal de Contas, sejam imediatamente afastados. Tudo que atrapalhe ou retarde essa conquista representa uma traição aos interesses maiores e superiores dessa entidade que, infelizmente, para muitos, seria abstrata, que é o povo.
Enock Cavalcanti, jornalista e blogueiro, é editor de Cultura do Diário