Em política nada é impossível. Aos poucos o governador Pedro Taques foi perdendo correligionários, aliados e simpatizantes. Bem isolado, passou e enfrentar problema para montar sua chapa à reeleição. De onde menos se esperava surgiu a solução. José Riva, um dos maiores fichas sujas do Brasil e que por 20 anos controlou a Assembleia Legislativa até cair em desgraça e sofrer condenações que lhe renderam penas que juntas somam décadas de cadeia, socorreu Pedro, seu desafeto e lançou para seu vice-governador Rui Prado, que foi seu candidato ao Senado em 2014.
Pedro, Rui e Riva juntos por um projeto de poder que poderá reeditar o grupo político que o ex-deputado chefiava.
A chapa Pedro e Rui, ambos tucanos, tentará vencer a eleição ao governo concorrendo com Mauro Mendes (DEM), Procurador Mauro (Psol), Wellington Fagundes (PR) e Arthur Nogueira (Rede).
O veterinário, empresário e produtor rural Rui Carlos Ottoni Prado nunca exerceu mandato eletivo, mas presidiu a Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) e Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosja) em Mato Grosso e nacionalmente.
Em 2014 candidato ao Senado pelo PSD que à época era controlado por Riva e o então vice-governador Chico Daltro, recebeu 137.380 votos ou 10,24% da votação ficando em terceiro lugar – o senador eleito foi Wellington Fagundes (PR), com 646.344 votos (48,19%) e o tucano Rogério Salles ficou em segundo com 541.357 votos (40,36%). A votação de Rui foi muito parecida com a de Janete Riva, mulher de Riva, que concorreu ao governo. Janete cravou 144.440 ou 9,92% dos votos e o vencedor foi Pedro Taques (PDT) com 833.788 votos ou 57,25% com Lúdio Cabral (PT) em segundo com 472.507 votos ou 32,45%.
Antes de Riva indicar Rui, Pedro tentou dois nomes, mas ambos refugaram: a primeira-dama de Rondonópolis, Neuma Morais (SD) e o ex-governador tucano Rogério Salles. Na noite deste sábado conversei com Rogério e ele não deu detalhes sobre a composição da chapa, preferindo que “nesse ano vou ficar de fora”.
PAZ – A indicação de Rui para vice de Pedro é considerada por analistas como “bom indicador” de novo rumo para a disputa eleitoral, que até agora é áspero entre Pedro e Mauro Mendes.
Com Rui, Pedro não terá argumentos para atacar o grupo de Riva – disperso por vários grupos – pois se o fizer botará Rui sobre fogo-amigo. A mudança no discurso de Pedro também deverá apaziguar sua relação com o ex-governador Silval Barbosa e seu secretariado, que entre outros tinha Pedro Nadaf, Éder Moraes, Afonso Dalberto, Arnaldo Alves, Pedro Elias, Marcel de Cursi e outros.
“A união de Pedro com o grupo de Riva cria esperança de um tempo de paz política em Mato Grosso”, comentou influente figura do Palácio Paiaguás.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
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