Manga curta, a campanha para a eleição suplementar ao Senado em 15 de novembro entra naquele período chamado de reta final. Três correntes distintas disputam o voto do eleitorado. A dita direita tem oito nomes; a esquerda, dois; e o Novo, que é quase tão secreto quanto o voto, um. O aglomerado direitista evidencia projetos pessoais, que deverão empurrar esse grupo para a vala comum.
Essa será a primeira eleição suplementar ao Senado em Mato Grosso. Acontece em razão da cassação da senadora Selma Arruda (Podemos) por caixa 2 e abuso de poder econômico; a condenação, por se tratar de crimes eleitorais, atingiu os suplentes Beto Possamai e Clerie Fabiana (ambos do PSL). A cadeira de Selma é ocupada bionicamente por Carlos Fávaro (PSD), que disputou o pleito em 2018 e que mesmo sendo derrotado a ganhou do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, numa decisão monocrática em pleno recesso forense de final de ano.
Mato Grosso tem perfil conservador e sua economia é movida pelo agronegócio em sua abrangência direta e indireta, mas em razão da fragmentação das candidutras ligadas a esse segmento econômico, a representação mato-grossense no Senado deverá ganhar um nome de esquerda. Isso! Os projetos pessoais e o descompromisso com o Estado certamente resultarão no que se chama morrer abraçado. Serão 16 braços entrelaçados na cova da insanidade política.
Esse grupo é formado por Fávaro, Nilson Leitão (PSDB), Coronel Rúbia Fernanda (Patriota), Reinaldo Moraes – dito Rei do Porco (PSC), Sargento Elizeu (DC), Euclides Ribeiro (Avante) e Pedro Taques (SD). Visto intestinalmente, não há lógica política nem eleitoral nessa disputa e todos sofrerão as consquências do canibalismo nas urnas.
Picados pela mosca azul os oito direitistas avançam para a vala comum que é o final de todo político insensato.
Ainda sobre o grupo, ele poderia ser maior. Ter 10 nomes, mas o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) que era pré-candidato ao Senado recuou ao ver a loucura generalizada na luta pelo poder entre seus pares; e o senador Wellington Fagundes (PL) somente não lançou um candidato em razão do desmoronamento de seu grupo político – Wellington ensaiou lançar seu afilhado Neurilan Fraga, o não-prefeito que presidente a associação dos prefeitos (AMM), mas Neurilan não conseguiu empolgar nem sua madrinha de batismo e se recolheu ao seu feudo na AMM.
Resumo sobre o grupo: eleição significa disputa e não se deve pensar em consenso, convergência absoluta, mas isso não significa que não se possa buscar entendimento, encontrar razoabilidade dentro e fora dos nomes que se apresentem ao embate.
Feliciano Azuaga, professor, nunca levantou a voz em defesa da Educação e do Ensino Superior em Mato Grosso. Abraçado ao pavilhão do Novo, recheado pelo discurso que muitos gostam de ouvir, ele viu o cavalo passar, imaginou que estivesse arreado e correu pra tentar montá-lo.
A esquerda não é inteligente. Se fosse, seu posicionamento ideológico seria outro. Porém, não é preciso muita luz pra enxergar o óbvio. O ex-presidente Lula da Silva teria visto essa realidade sobre a eleição em Mato Grosso e estaria a um passo de pedir a retirada da candidatura do seu correligionário, o deputado estadual Valdir Barranco ao Senado, para a criação de uma aliança nada convencional de seu PT juntamente com seu siamês PCdoB com o PROS do Procurador Mauro.
Se os petistas subirem ao ao altar com o Procurador Mauro será mais que uma aliança pela sobrevivência e conquista de voz no Senado: será um strike: que derrubará a estrutura da direita mato-grossense e que terá reflexos nas eleições estaduais de 2022.
Eduardo Gomes – Editor de blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – TSE
2 – gazetadopovo.com.br
Perfeita análise!