Fábio Junqueira (Republicanos) de Tangará da Serra é o décimo quarto pré-candidato a prefeito focalizado pela Série Em quem votar ou não votar, que aborda aleatoriamente os nomes que estão em pré-campanha para a Prefeitura de Cuiabá e dos municípios de Barra do Garças, Várzea Grande, Sinop, Rondonópolis e outras importantes cidades mato-grossenses.
A série começou com Beto Farias (PL), de Barra do Garças; e prosseguiu com Lúdio Cabral (PT) e Victorio Galli (DC), ambos de Cuiabá; Mariano Kolankiewicz (MDB), de Água Boa; Teti Augustin (PT) e Adilton Sachetti (Republicanos), ambos de Rondonópolis; Miltão (PSOL), de Várzea Várzea; Vander Masson (União), de Tangará da Serra; Eliene Liberato (PSB), de Cáceres; Roberto Dorner (PL), de Sinop; Miguel Vaz (Republicanos), de Lucas do Rio Verde; Chico Gamba (União), de Alta Floresta; e Zé Domingos (União), de Nobres.
ELE – Fábio Martins Junqueira, o Fábio Junqueira nasceu em Olímpia (SP) no dia 23 de abril de 1957. Oficialmente é professor e advogado, mas na verdade é político sem apego partidário e desde 1982 corre atrás de votos.
POLÍTICA – Fábio Junqueira elegeu-se vereador por Tangará em 1982, 1988 e 1992. Em 1996, pelo PMDB, foi vice-prefeito de Jaime Muraro (PFL) Muraro foi afastado do cargo e de 1º de agosto e 31 de dezembro de 2000, Fábio Junqueira exerceu o cargo de prefeito.
Em 2004, pelo PFL, Fábio Junqueira disputou a prefeitura e recebeu 5.708 votos (15,60%) sendo o segundo mais votado entre os cinco concorrentes ao cargo e o pleito foi vencido por Júlio César Ladeia (PL) com 16.154 votos (44,14%). Dois anos depois, Fábio Junqueira (PFL) tentou ser deputado estadual, mas não se elegeu.
Em 2012 e 2016, no PMDB, Fábio Junqueira venceu a disputa pela prefeitura. Na primeira, com 18.875 votos (42,96%) seu vice foi Zé Pequeno (PT). Na outra, pelo mesmo partido e com o vice Renato Gouveia (PR) recebeu 18.063 votos (39,15%); naquela eleição, quatro concorreram para prefeito, sendo que Reck Júnior (PSD) ficou em segundo com 14.590 votos (31.62%) seguido por Vander Masson (PSDB) com 12.446 votos (26,98%) e José Sílvio Sommavilla (PDT) com 1.039 votos (2,25%).
Fábio Junqueira não se apega a partido. No final de 2023 e começo deste ano estava em curso uma movimentação para sua filiação ao PL do senador Wellington Fagundes, que, no entanto, a desqualificou, optando por uma aliança com o prefeito e pré-candidato à reeleição Vander Masson (União). Sem chão partidário, Fábio Junqueira correu para o colo político do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), que em março o recebeu de braços abertos. Não somente Pivetta, mas o deputado estadual e presidente da sigla, Valmir Moretto, também abraçou o novo filiado. Apadrinhado, o novo filiado do Republicanos deverá contar com o apoio do PSD, PP e do PSB, todos de olho numa coligação em busca do poder, do qual compartilharão dentro da máxima popular: quem ajuda a ganhar, ajuda a administrar.
Aparentemente está definido que o vice na chapa de Fábio Junqueira poderá ser o engenheiro civil e produtor rural Francisco Carlos Clemente, o Chico Clemente (PSD), apoiado por seu correligionário ministro da Agricultura e senador licenciado Carlos Fávaro. Pelo PSD Chico Clemente foi candidato a prefeito em 2020 e recebeu 5.812 votos (13.38%) e o pleito foi vencido por Vander Masson (PSDB) com 31.606 votos (72.35%). Chico Clemente também foi secretário municipal de Obras.
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Todo político tem que responder por seu passado na vida pública. Com Fábio Junqueira não pode ser diferente. Ele nos últimos 42 anos exerceu o poder ao longo de 26 anos ora na Câmara ora na prefeitura e não deu um passo sequer para solucionar o mais grave problema de ordem administrativa enfrentado por Tangará: a falta d’água. Fábio Junqueira escreveu uma página de incompetência no tocante ao fornecimento de água, pois no seu período exercendo cargos eletivos a população tangaraense conviveu com as torneiras secas.
A crise da falta d´água felizmente está a um passo do fim com a captação no rio Sepotuba e a construção do duto que alimentará o sistema de tratamento da cidade. Porém, outros gargalos inevitavelmente terão que ser enfrentados pela prefeitura do município de Tangará, que registra excelentes níveis de crescimento (população de 107 mil habitantes) e de desenvolvimento por ser o principal polo regional no Chapadão do Parecis.
Realmente Fábio Junqueira ou foi indiferente ou fracassou na tentativa de solucionar a crise que a falta de água causava. Em diferentes épocas abordei esse problema e em algumas ocasiões ouvi o então prefeito Fábio Junqueira, que tratava o caso com desdém. Em meus textos lamentava a existência de Tangará da Seca e dizia que gostaria de chamá-la em breve de Tangarágua da Serra.
Fábio Junqueira teve tumultuada administração. Foi afastado do cargo. A Justiça o condenou à perda dos direitos políticos. Esteve no centro do vaivém judicial apelidado de sanfona. Recentemente foi condenado por improbidade administrativa e a sentença o torna inelegível por cinco anos, mas o mesmo recorreu e com isso repetirá o que tantos outros fazem: concorrerá mesmo sabendo que dependendo da Justiça sua candidatura poderá ser uma corrida com largada, mas sem chegada.
Mato Grosso sabe que poucos políticos são condenados, mesmo quando réus confessos por crimes de improbidade administrativa. Não há sequer um político mato-grossense preso por dilapidação dos cofres públicos ou crimes de outras natureza. A realidade é esta. Porém, o eleitor pode escolher administrador capacitado para prefeito.
Ao contrário da Justiça, a administração de certo modo é uma política exata e não há como negar, principalmente quando se tem uma torneira seca sobre uma pia cheia de louças e talheres, quando a máquina de lavar está desligada com uma trouxa de roupas à espera e o chuveiro não tem um pingo para lavar a abençoada poeira vermelha do Chapadão do Parecis grudada na pele do tangaraense.
PS – Continue lendo a série. A postagem dos nomes é aleatória e o texto não focaliza a vida pessoal dos citados.
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