UFR a Universidade interativa

Professor Doutor Paulo Isaac*

Rondonópolis

A Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) celebrou o reconhecimento de títulos de Doutor Honoris Causa, Professor Honoris Causa e de Emérito Universitário, estes representam as mais altas honrarias concedidas pela Instituição para membros da comunidade interna e externa respectivamente.

Aprovados pelo Conselho Universitário (CONSUNI), este ano os homenageados figuram-se pela atuação na produção artística, cultural e científica do estado, mas principalmente no processo de estruturação e implantação da UFR e estiveram na solenidade, que aconteceu no dia 22 de março, às 14h no auditório da UFR.

As personalidades indicadas ao título de Doutor Honoris Causa foram os professores Paulo Augusto Mário Isaac e Simone Albuquerque da Rocha. Os indicados à Professor Honoris Causa foram os professores Jorge Luiz Gomes Monteiro, Cancionila Janzkovski Cardoso e Antonia Marilia Medeiros Nardes e o título de Emérito Universitário para o Senador Wellington Antônio Fagundes e ao Empresário Áureo Cândido Costa.

Quanto aos títulos cabe saber que são concedidos pelo Conselho Universitário, mediante proposta da Reitora, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão ou da Congregação de qualquer Instituto ou faculdade às personalidades eminentes que tenham contribuído de maneira notável para o progresso da Universidade, e tenham prestados relevantes serviços ou ainda tenham atuado de forma excepcional em favor da ciência, da educação e da cultural em geral. Aos professores aposentados que tenham se destacado no ensino, na pesquisa e na extensão universitária. As homenagens estão diretamente ligadas a história da estruturação da UFR

Os títulos expressam o reconhecimento da atuação para o avanço da universidade e região, em benefício da educação e da ciência. A outorga dessas sete honrarias traduz o sentimento da comunidade acadêmica em respeito a tamanha representatividade.

Título Emérito Universitário

Destacamos inicialmente o Pioneiro Tabelião e Empresário Áureo Cândido Costa, com grande contribuição para o desenvolvimento e crescimento de Rondonópolis desde que aqui chegou e continua a fazer. Responsável por muitos loteamentos e construções de luxuosos condomínios, participação na construção do Shopping da cidade e do maior hotel na atualidade. Na área social, é um grande benemérito, tendo feito inúmeras doações de áreas para entidades, igrejas, órgãos e espaços públicos e instituições como o terreno para a construção do Centro Pedagógico de Rondonópolis através da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso, hoje a Universidade Federal de Rondonópolis.

O homenageado Senador Wellington Antônio Fagundes esteve ativamente na luta pela criação da UFR participando e solicitando várias audiências no Ministério da Educação (MEC) acompanhado do Comitê Pró-Universidade Federal de Rondonópolis, foi relator da matéria acompanhando todo o processo de aprovação e sansão pela presidência da República na data de 20 de março de 2018.

Foi o Senador que apresentou emendas para o provimento de cargos para a estruturação das seis supernovas, entre elas a UFR e a proposição da emenda texto no LOA 2023 para a liberação de 70 vagas para concurso de técnicos administrativos em educação. Trabalhou na destinação de diversas emendas para a estruturação da universidade entre elas, para a conclusão do Bloco F e Implantação da usina fotovoltaica em 2020.

Título de Professor Honoris Causa

Os homenageados com o título de Professor Honoris Causa, são professores titulares nível máximo da docência do Ensino Superior dentro da Universidade.

Professora Cancionila Janzkovski Cardoso, professora aposentada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), uma pesquisadora, educadora e pedagoga, alia rigor científico, capacidade teórico-metodológica, maestria com a palavra, posição e militância política, compromisso ético, honestidade intelectual, sensibilidade e ativismo pedagógico no sentido pleno do termo, entre outros atributos que fazem uma grande docente pesquisadora. Na trajetória da professora destacamos a criação e a produção do Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE) e a Constituição de um acervo de fontes para a história da alfabetização, pioneiros nesses estudos no Brasil.

Destaque também para a intensa e qualificada produção científica, expressa nos seus livros e em obras coletivas, nos artigos e trabalhos publicados dão a dimensão de sua importância e contribuição para a alfabetização e história da educação no contexto local e nacional. Membro participante, proponente e coordenadora no Programa Nacional de Biblioteca Escolar (PNBE), no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e no Programa Nacional de Alfabetização na Idade certa (PNAIC).

Entre tantas ações, temos o reconhecimento de suas contribuições e participação ativa nas discussões do projeto de Emancipação do Campus da UFMT em Rondonópolis, contribuindo para as bases de implantação da UFR em 2018.

Professor Jorge Luiz Gomes Monteiro, aposentado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), pesquisador, orientador, educador. Professor Jorge esteve na gestão de unidades administrativas da UFMT, participando ativamente na constituição do Campus Universitário de Rondonópolis na década de 1980. Participante ativo nas entidades e conselhos em âmbito da universidade e sociedade local, bem como na pós-graduação em geografia. Fez a publicação de um livro com professores da Universidade Federal Fluminense. Atuou na criação e aprovação do Curso de Licenciatura Plena em Geografia e História do Centro Pedagógico da UFMT em Rondonópolis, numa época onde havia muitas resistências apesar do aumento de serviço pela estrutura existente no departamento de Estudos Sociais na época. Um dos fundadores da ADUFMAT _Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso Campus de Rondonópolis, participando ativamente até sua transformação em Sindicato. Experiências diversas na gestão como chefia de departamento, vice-coordenador de mestrado, Comissão de estágio probatório, Comissões de Avaliação até a Pró-reitoria em exercício do Campus. Sempre pautado no ensino aos discentes. “ Os discentes constituem-se na matéria-prima mais fantástica que um trabalhador pode ter, e a cena de defesa de sua monografia e formatura são os momentos de êxito”, comenta o professor.

Professora Antonia Marilia Medeiros Nardes, professora titular, educadora, e pesquisadora do Programa de Mestrado em Geografia (PPGEO) e professora orientadora. Contratada em 23 de março de 1984 como professora do quadro suplementar da Universidade Federal de Mato Grosso, para atuar no Departamento de Educação do Centro Pedagógico de Rondonópolis, que mais tarde seria transformado em Campus Universitário de Rondonópolis, precursor da atual Universidade Federal de Rondonópolis a professora é uma participante ativa na gestão exercendo diversos cargos das atividades administrativas desde ao Centro Pedagógico e até os dias atuais na implantação da UFR.

Nesses 40 anos de Universidade a professora deu inúmeras contribuições nas participações de comissões, presidindo comissões do Estatuto, Regimento do CONSEPE, Regimento do CONSUNI, Resolução de Assédio e Discriminação, Regimento Geral da UFR, comitês e bancas avaliadoras. Participando ativamente nos movimentos reivindicatórios, assembleias, eventos e eleições. Em muitos momentos acumulando cargo de chefia e docência, numa trajetória marcada pela prestação de serviços ao ensino, pesquisa e extensão. Foi diretora de Instituto ICHS/CUR, subchefe de Departamento do Curso de Estudos Sociais, História, Geografia e Chefe de Departamento. Atuou como Coordenadora e Professora no Curso de Geografia em Campo Verde, por muitos anos no Curso de Geografia atuou na substituição na Pró-Reitoria do Campus Universitário, substituição da Reitora Pró-tempore e Vice-reitora da UFR na gestão anterior, participando ativamente na luta por sua consolidação. São aproximados 24 anos que a professora poderia estar aposentada, mas escolheu participar ativamente da gestão UFR até o presente momento.

Título Doutor Honoris Causa

Professor Paulo Augusto Mario Isaac é aposentado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), pesquisador, orientador, educador graduado em Ciências Sociais, História e Educação, mestre em Educação Pública e Doutor em Antropologia pela PUC-SP. Durante 25 anos de magistério superior, além do ensino, as demandas dos movimentos sociais de Rondonópolis o conduziram a projetos de extensão junto à comunidade: Movimento Sem-Terra, Economia Solidária, Direitos Humanos, Associação Rondonopolitana de Meio Ambiente, entidades e atividades de cultura, palestras e exposições em escolas públicas e privadas etc. Se trabalho mais dedicado foi a questão indígena junto as lideranças Bóe Bororo, Terena e Bakairi, CIMI –Conselho Indigenista Missionária, secretarias municipal e estadual de Educação, FUNAI etc. Esse envolvimento com a demanda indígena o levou à produção de dois livros (O Drama da Educação Escolar Indígena Bóe Bororo e Irmã Maria Cibaibo Ossemer – uma missionária franciscana entre os índios Bóe Bororo de Mato Grosso), além de dezenas de artigos científicos publicados em revistas locais, nacionais e internacionais. Participou da criação, em 1990 de um Núcleo de Documentação Histórica e Antropológica do Departamento de História/ICHS/UFMT, com o objetivo de constituir um acervo sobre a questão indígena. Este núcleo deu origem ao Museu e grupo de Pesquisa SIRIEMA – Sociedades Indígenas e Regionais – Educação e Meio Ambiente. Os trabalhos com maior repercussão social foram as assessorias e apoio aos Terena de MT em sua luta pela terra (1998-2001); os laudos feitos para a Justiça Federal e FUNAI em demandas das etnias Bóe Bororo, Xavantes, Umutina e Terena. Participamos intensamente da criação e coordenação da 1ª etapa do Projeto Tucum de Formação de Professores Indígenas – Polo Bororo (1996) realizando palestras e reuniões com as sociedades indígenas de Mato Grosso. Como docente, pesquisador, militante e cidadão participou ativamente na luta coletiva pela criação da Universidade Federal de Rondonópolis. Como reconhecimento foi adotado como membro pertencente à Sociedade Bóe Bororo. Conforme a tradição desse povo, recebeu os nomes Juredugo (pintas da sucuri) e Kudoro Kaworo (arara-azul). Foi acolhido pelo subclã Kiedo, clã Ecerae, pela minha muga (mãe) cerimonial Nadir Ida e pelo meu iedaga (padrinho) Raimundo Itogoga. Atualmente, continua atuando junto aos Bóe na Associação de Mulheres Bóe Bororo Areme Méri Ari, fundada em 2021. Com proposta de inaugurar em 19de abril de 2024 um Memorial Bóe dentro da Aldeia Tadarimana.

A Professora Simone Albuquerque da Rocha é titular pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), pesquisadora, orientadora, educadora. Mestra e Doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Possui pós-doutorado pelo Programa de estudos Pós-graduados em educação : Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo(PUC). Participou da criação do Centro de Formação Permanente de Professores na Escola Estadual Sagrado Coração de Jesus, congregando quase 30 escolas de Rondonópolis. E coordenadora do “Projeto Formação de Professores da Educação Básica: Séries Iniciais” em Mato Grosso. Participou dos trabalhos de concepção e criação dos CEFAPROS desde a elaboração da proposta de concepção dos Centros, no decreto de criação, visitando e criando as unidades junto a profissionais da SEDUC e negociando as propostas de implantação.

Iniciou a trabalhar com memoriais em 1999/2000, com o Programa de Formação de Professores em Exercício – PROFORMAÇÃO (MEC/Fundescola/Banco Mundial), em atividade no Brasil, com sua experiência piloto em Mato Grosso, do qual foi consultora. Participou da pesquisa realizada pelo Observatório da Educação, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – OBEDUC/CAPES/INEP/SECADI, em projeto conjunto com a PUC São Paulo. Aposentada da UFMT e ainda apaixonada por pesquisa, decidiu cursar o doutorado e prestou seletivo na UNESP/Marília, sendo aprovada. De 1999 a 2001 concluí o doutoramento, quando surgiu concurso para docente no mesmo departamento do qual se aposentara – o Departamento de Educação da UFMT/Campus Universitário de Rondonópolis. Além de ter organizado diversas

coletâneas, a professora Simone publicou 32 capítulos de livros com colegas da UFMT e de outras instituições. Autora do livro “ Formação de professores em Mato Gross , a professora mostra a trajetória de três décadas da formação continuada em Mato Grosso. Em síntese a professora Simone Albuquerque teve sua trajetória de vida totalmente dedicada a formação e educação e celebrado em 2022 nos seus 50 anos de docência. E esta trajetória se confunde com a própria história do campus da Universidade Federal em Rondonópolis, hoje UFR.

Atualmente, a docente e pesquisadora é vinculada ao programa de pós-graduação em Educação e ao curso de Pedagogia da instituição. Simone conta em seu currículo com ações de docência, consultorias, produções e ações em pesquisa interinstitucionais, desenvolvendo pesquisa na área de formação de professores, com abordagem sobre a identidade e profissionalidade docente em narrativas de formação memoriais, diários de formação e casos de ensino. Investiga também, políticas públicas educacionais, projetos e programas de formação de professores na modalidade presencial e a distância. É líder do Grupo de Pesquisa InvestigAção/CNPq, e foi coordenadora de projeto do Observatório da Educação/CAPES/INEP/SECADI (OBEDUC) no PPGEdu/UFMT 2013/2017.

Com essas homenagens a Universidade mais uma vez cumpre com o seu papel transformador, inspirando e ensinando pelo exemplo, trazendo a público o reconhecimento da contribuição de cada homenageado para a estruturação da UFR.

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Comentários (1)
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  • Cancionila Janzkovski Cardoso

    Uma grande honra estar entre os sete primeiros homenageados pela nossa Universidade Federal de Rondonópolis. Após uma vida de trabalho, o reconhecimento tem valor incalculável ! Parabéns a todos/as os/as homenageados/as!