Você já saiu da caverna, hoje?

Quando estamos diante de experimentar o novo, o desconhecido, naturalmente nos seres humanos temos um sentimento de preservação, de sobrevivência, que muitas vezes leva algumas pessoas a não saírem de seus lugares, da chamada zona de conforto, ou como gosto de nomear, a ilusória zona de controle, onde achamos que temos domínio.

É uma linha limite, uma fronteira duvidosa, que muitas vezes desistimos de cruzar.

Neste processo o sentimento de desânimo, às vezes uma leve tristeza, misturada com um sentimento de nervosismo toma conta e faz com que pensemos em parar.
Pois parando, mesmo sem saber, optamos pela ilusão de ter o controle total, porém essa incapacidade de agir nos torna fracos, e nos leva a viver em uma zona de tensão que com o tempo se rompe como uma avalanche.

Assim é porque a natureza com sua grandeza está sempre a romper a ultrapassar os limites, ela não tem medo.

E ultrapassará o seu, se você se fechar. Ela pode estar contigo na condução da vida de forma leve, serena ou de forma devastadora, pois ela virá para lhe fazer aprender.

Muitas vezes não seguir em frente e deixar de cruzar a linha limite não nos permitirá conhecer algo incrível.

Hoje pude entender perfeitamente o mito da caverna de Platão. Uma história maravilhosa que conta sobre aqueles que nunca saíram de suas cavernas por medo dos “Monstros” que havia lá fora. Monstros que não existiam, pois as vozes que eles achavam serem dessas criaturas enormes, que os paralisavam, na verdade era o eco de suas próprias vozes ecoando pela caverna.

Assim como eles, nós ficamos muitas vezes nesta caverna, imaginando monstros que nos paralisam a vida.

Temos que ultrapassar o medo do mito da caverna de Platão e se deparar com o encanto de um mundo maravilhoso, novo, inexplorado, que nos fará crescer e adquirir mais experiência, conhecimento, sabedoria e por fim crescimento.

Que tal experimentar?

Experimentar significa correr o risco de vivenciar experiências incríveis, que serão capazes de nos elevar, de nos tornar maiores e mais livres.

A liberdade está diretamente relacionada a essa capacidade de ter coragem e flexibilidade, e que quando adquiridas,poderão nos levar a cruzar todas as fronteiras do mundo.
Se permita tocar, experimentar. Não falo aqui para perder o seu senso de preservação, pois isso também significa respeito a si mesmo e equilíbrio.

Encarar esta fronteira com suas dúvidas, obscuridade, incertezas e vulnerabilidades, e ultrapassá-la, isso nos possibilitará ter uma experiência incrível, aumentando assim nosso campo de percepção.

Crescer expressivamente depende desta atitude de coragem.

O risco muitas vezes poderá ser minimizado, se pudermos buscar o máximo de informações, que conseguirmos. Mas isso não elimina a sensação. E para conquistas mais expressivas, será preciso encarar o desconhecido sem muitas informações, pois se trata de uma área inexplorada… onde você talvez será o primeiro.

Se você é uma pessoa, que se reconhece como alguém que tem muita dificuldade de se arriscar, e isso está limitando sua vida, deixando-a um tanto monótona, sem graça e pequena, talvez você esteja se limitando a caverna, a ficar dentro dela.

Todos temos um potencial incrível, que pode ser usado para sermos livres ao invés de canalizada para se proteger do mundo, como aquela pessoa que usa toda sua energia para se trancar e se proteger em sua casa em seu casco, e assim não sai e acaba fraco.

Se permita começar a desenvolver essa habilidade em pequenas ações. E isso pode ser treinado ao se experimentar o novo várias vezes.

Comece com pequenos passos, com pequenas atitudes. Se permita experimentar fazer diferente, cruzar a linha da resistência, do medo.

Talvez simplesmente, sentar-se em uma mesa diferente do que sempre costuma fazer, quando vai ao mesmo restaurante. Experimente pedir algo diferente no cardápio, experimente aceitar o convite de primeira para ir a um lugar que nunca foi, experimente experimentar!

Esse é meu convite!

Comece com um pequeno passo, um único pequeno passo e terá concluído uma jornada inteira de liberdade. E quando quiser voltar, volte para seu ninho, seu casco, sua casa. Mas se deixe livre para voar, para explorar, para poder crescer.

Se permita encorajar-se, ir sem pensar algumas vezes, pois a vida é só uma passagem neste mundo tão grande, diante da nossa pequenez com sede de crescer e evoluir.

Cynthia Lemos é psicóloga empresarial e coach

cynthia@grandy.com.br