(CP) – A cidade da Casa Memorial dos Viajantes
Inaugurada em 8 de dezembro de 2007 na antiga Casa Paroquial da Prelazia, a Casa Memorial dos Viajantes é um museu municipal onde Diamantino guarda registros de sua rica histórica.
O acervo da Casa Memorial dos Viajantes tem peças do período escravagista, dos padres jesuítas, dos ex-prefeitos do município, da Expedição Langsdorff e da Expedição Rondon-Roosevelt, além de objetos que retratam a bicentenária história daquele importante município com 22.178 habitantes no Chapadão do Parecis e distante 210 quilômetros de Cuiabá por rodovia pavimentada.
Aberta ao público, a Casa Memorial dos Viajantes foi criada na gestão do prefeito Francisco Ferreira Mendes Júnior por iniciativa do ministro do Supremo Tribunal Federal (e irmão do prefeito Francisco Mendes) Gilmar Mendes e do artista e escritor cuiabano radicado em Brasília e ex-morador em Diamantino, Nicolas Behr.
Diamantino

Diamantino além de ser um dos principais polos do agronegócio no Brasil, também é uma das referências culturais mato-grossenses. A cidade é uma das mais antigas de Mato Grosso e teve importante participação na vida institucional do Estado. Sua história começou em 18 de setembro de 1728, com a descoberta de ouro pelo capitão-mor de Sorocaba, Gabriel Antunes Maciel. Portanto, sua colonização antecede a criação da Capitania de Mato Grosso em 9 de maio de 1748. Pela existência do metal mais cobiçado no mundo, o lugar ganhou o nome de Arraial do Ouro, mas depois, por desconhecidas razões passou a se chamar Félix.
Além do ouro, Diamantino também tinha diamante, o que resultou em seu nome. Acontece que a Coroa Portuguesa proibia a extração diamantífera. Só que garimpeiro nunca foi muito de observar lei, quando tem a chance de correr atrás da pedra boa, de bamburrar.
O garimpo do diamante corria solto, mas às escondidas, até que em 1802 o governador Caetano Pinto de Miranda e Montenegro liberou a garimpagem, mas tratou de garantir a exclusividade na compra da pedra pela Coroa Portuguesa.
O lugar crescia na riqueza do ouro e diamante, mas perdia na competitividade para cidades mato-grossense por falta de logística: sem estrada e longe dos rios navegáveis, nunca foi fácil pra nenhuma economia.
Em 1812 Diamantino sofreu duro baque com a chamada Navegação Paranista, que escoava diamante para Santarém, pela Hidrovia Juruena/Tapajós. Mesmo assim sua população resistiu e em 1820 ganhou o status de município.

Pouco antes de se emancipar Diamantino incorporou à sua economia a extração do látex para a indústria pneumática que brotava na Europa e Estados Unidos, e também passou a escoar poaia para o exterior, pela Hidrovia do Rio Paraguai, em Cáceres. Enquanto isso, pecuaristas insistiam com seus rebanhos bovinos. Nesse período o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon construiu a linha telegráfica de Cuiabá ao Amazonas, cruzando Diamantino e o Chapadão do Parecis.
No final dos anos 1940 e começo da década de 1950 o governo federal acompanhando o traçado dos fios dos telégrafos de Rondon, construiu a BR-364 estabelecendo uma rota rodoviária entre Cuiabá e Porto Velho.
Nos anos 1970 o governo federal despejou financiamentos na Amazônia como parte da política de Integrar para não Entregar. Diamantino era a referência urbana para o Nortão e o Chapadão do Parecis, e mutuários das linhas de crédito do governo batiam às portas do Banco do Brasil naquela cidade, em busca da dinheirama. O comércio local soube aproveitar esse momento e passou a fornecer insumos e máquinas aos que abriam o Nortão.
O forte traço cultural que chegou ao município na esteira do moderno aproveitamento do cerrado a partir de 1970 está presente no Centro de Tradições Gaúchas – CTG 18 de Setembro, onde se realiza anualmente a Semana Farroupilha, quando do aniversário da cidade, com danças, músicas típicas e outras manifestações do Rio Grande do Sul.
No final dos anos 1970 o governo federal pavimentou a BR-174 na fronteira e, com essa obra, deslocou a ligação rodoviária de Cuiabá com Rondônia para a nova rota, praticamente desativando a BR-364 no Chapadão do Parecis. Posteriormente a BR-364 foi pavimentada e retomou sua importância estratégica na logística de transporte do Brasil interior.
Cidade ligada à Igreja Católica Apostólica Romana por vínculos históricos, Diamantino promove festas juninas e celebra o Dia de Nossa Senhora Imaculada Conceição, em sua matriz, em 8 de dezembro. Essa ligação tem o reconhecimento papal, a tal ponto, que o papa Pio XI criou a Prelazia de Diamantino em 29 de março de 1929 e, a mesma foi elevada à Diocese, pelo papa João Paulo II, em 16 de outubro de 1979.
POLO – Diamantino é uma das referências do agronegócio no Chapadão do Parecis, que é a maior área agricultável contínua do mundo, com 22 milhões de hectares que avançam por Rondônia e Amazonas. Seu distrito de Deciolândia é um dos lugares mais conhecidos pelo mercado do commodities agrícolas no Brasil.
A cidade é um polo educacional com ensino superior, centro prestador de serviços públicos e bancários, e o município tem uma consolidada malha rodoviária pavimentada.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Jana Pessôa
2 e 3 – Prefeitura de Diamantino
A cidade do Salto Augusto

Na divisa com o Amazonas, Cotriguaçu é sede do município mais ao Norte na MT-170. Sua área é de 9.421,076 km² com 26.688 habitantes. A renda per capita é de R$ 16.051,25 e IDH 0,665. Isolado da malha rodoviária pavimentada, a cidade espera a construção do asfalto no trecho de 180 quilômetros que a separa de Castanheira, que é o ponto mais próximo para se interligar à pavimentação. Sua grande referência é o Salto Augusto.
A colonização do município foi executada pela Cotriguaçu Colonizadora do Aripuanã ligada à Cooperativa dos Triticultores de São Miguel do Iguaçu (Cotriguaçu), nos anos 1980. O projeto inicial, que recebeu o nome de Cotriguaçu-Juruena, foi executado numa área de 400 mil hectares no município de Juruena, do qual mais tarde Cotriguaçu se emanciparia.

A área colonizada era parte integrante de um bolsão de terra com mais de um milhão de hectares que a Cotriguaçu comprou a preços simbólicos do governo estadual para efeito de colonização numa vasta região entre os rios Juruena e Aripuanã.
A vila que surgiu oficialmente em 26 de maio de 1983, para suporte à colonização, recebeu o nome de Cotriguaçu em alusão à cooperativa que a implantou. A base da população local, tanto na cidade, na Agrovila Ouro Verde dos Pioneiros e na zona rural é constituída por sulistas.
O Salto Augusto, no rio Juruena, que banha o municípo é um belo cartão-postal e o Juruena é uma das referências na pescaria em águas doces no Brasil.
A cidade é parcialmente pavimentada e não trata o esgoto. A economia, à princípio, era calcada exclusivamente na extração e beneficiamento de madeira. Com a exaustão natural e o cerco ambiental, houve diversificação econômica, com destaque para a pecuária bovina e a agricultura de subsistência nos assentamentos da reforma agrária.
O principal evento do município, a Festa do Peão, movimenta a cidade e anualmente é assistida por milhares de pessoas, inclusive de Juruena, Castanheira, Nova Bandeirantes, Aripuanã e Colniza.
INSTITUCIONAL – O município é sede de comarca e se emancipou de Juruena em 20 de dezembro de 1991, por uma lei do deputado Jaime Muraro sancionada pelo goernador Jayme Campos.
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