Boa Midia

DUODÉCIMO – Atraso e pedaladas são graves problemas e Taques não é equilibrista

Não há informação oficial. Nem mesmo o secretário de Comunicação, Kleber Lima, postou no WhatsApp – como de costume. Mesmo assim, uma fonte ligada à Casa Civil do governo de Mato Grosso revelou nesta noite de quarta-feira que o governo teria feito um “repasse emergencial” para assegurar a quitação das folhas salariais dos poderes. O montante seria em torno de R$ 118 milhões reais. Nenhum dos poderes confirmou o recebimento. Paralelamente a isso, e com o chefe da Casa Civil, Max Russi, admitindo escalonamento dos salários dos servidores do governo relativos a outubro, o governador Pedro Taques afivela as malas para embarcar no final de semana para a China e de lá rumar para a Alemanha. De quebra, o vice-governador também vai para o segundo destino de Taques, onde estará em curso uma conferência da ONU sobre clima, a COP-23. O governo ficará com o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB). O cenário político é confuso. Há greves e manifestações de servidores.

Insistindo nas pedaladas fiscais o governo retém mais de R$ 300 milhões do duodécimo. No dia 26, numa reunião dos presidentes dos poderes, Taques disse que faria “repasse emergencial” para evitar o atraso das folhas salariais. Hoje, se confirmado o repasse de R$ 118 milhões, a dolorosa constitucional fica em torno de R$ 180 milhões. O governo tem duas fontes extraorçamentárias para engordar seu caixa: em dezembro, a União repassará em quota única R$ 496 milhões do Auxílio Financeiro de Fomento às Exportações (FEX) ao governo Taques, mas desde que haja recursos orçamentários para tanto. Em data aberta a Conab quitará R$ 109 milhões de sua dívida com Mato Grosso, oriunda da saída de produtos agrícolas, sem o recolhimento do ICMS, mas para que isso aconteça será preciso que haja disponibilidade de caixa, que a Secretaria do Tesouro Nacional aprove e que a devedora seja enquadrada ao programa de refinanciamento (Refis).

Mesmo com as pendências do duodécimo e sem nenhuma definição quanto a folha salarial de outubro, dos servidores do governo, no domingo Taques embarca para Pequim à frente de um trenzinho da alegria, que vai a China em busca de mercado para commodities mato-grossenses, o que é o mesmo que chover no molhado, pois os mandarins são os maiores parceiros comerciais de Mato Grosso e, em nenhum dos dois lados da balança comercial há espaço para aumento radical: as importações contemplam as demandas chinesas e as exportações estão no limite da capacidade do agronegócio da Terra de Rondon.

 

INTERROGAÇÃO Ninguém sabe até onde irá a pendência do duodécimo. De igual modo ninguém arrisca opinar sobre a quitação integral da folha salarial do governo relativa a outubro e muito menos sobre a de novembro.

A Assembleia mergulhada em escândalos opta pelo silêncio. Não menos atingido por vergonhosos episódios, o Tribunal de Contas do Estado finge que não vê. A nossa imprensa é a nossa imprensa. Resta o Ministério Público, antes que seja tarde demais, pois Taques não é equilibrista.

 

Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
FOTO: Ilustrativa

3 Comentários
  1. José do Carmo Diz

    Pura verdade sobre o imperador que não gosta de pagar conta

  2. Rita Diz

    a casa está caindo

  3. Hélio Silva Diz

    Que vá e fique por lá

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia Mais

Política de privacidade e cookies