Boa Midia

Em clima quente Botelho empurra Lúdio durante sessão na Assembleia

Eduardo Gomes

@andradeeduardogomes

 

Depois do empurrão os trabalhos parlamentares prosseguiram

Pela primeira vez em mais de 20 anos o clima de cordialidade mútua na Assembleia Legislativa cedeu lugar a um sururu, que teve seu ponto alto com o presidente do Legislativo, Eduardo Botelho (União) dando um empurrão em Lúdio Cabral (PT), além de proferir duas palavras contra o colega. O deputado Beto Dois a Um (União) e uma funcionária afastaram os dois parlamentares e o deixa-disso prevaleceu.

Depois do empurrão Lúdio foi à tribuna exigindo respeito. Botelho o retrucou, também exigindo respeito, mas não citou a agressão.

A agressão aconteceu após Lúdio apresentar um projeto de lei obrigando o governo a realizar licitação do BRT de Cuiabá e Várzea Grande, e garantir a tarifa máxima de 1 real para a passagem do BRT nos próximos cinco anos.

Nos meios políticos, comentários dizem que a reação de Botelho foi porque sua família explora linhas de ônibus na região metropolitana e estaria interessada no controle do BRT. Em recente entrevista Botelho negou essa versão, que antecede o projeto apresentado por Lúdio.

Em sua página no Facebook o jornalista Enock Cavalcanti informa que Lúdio havia conseguido as assinaturas de 11 deputados, incluindo a dele, para que seu projeto tramitasse em regime de urgência urgentíssima, mas que após o entrevero, 10 as retiraram. Segundo Enock os parlamentares que assinaram e retiraram suas assinaturas foram Gilberto Cattani, Cláudio Ferreira e Eizeu Nascimento (todos do PL), Faissal (Cidadania), Diego Guimarães (Republicanos), Dr. João (MDB), Sebastião Rezende e Beto Dois a Um (ambos do União), Fábio Tardin (PSB) e Wilson Santos (PSD). Ainda, segundo Enock, somente Wilson Santos manteve a assinatura. A Assembleia não informou sobre este fato e a notícia carece de confirmação oficial.

Vale observar que Botelho e Lúdio são pré-candidatos a prefeito de Cuiabá.

Numa extensa nota Lúdio deu sua versão. Botelho não distribuiu nota. Lúdio diz:

“Apresentei nesta quarta-feira (3) um projeto de lei para obrigar o Estado a realizar a licitação do BRT (Bus Rapid Transit) em Cuiabá e Várzea Grande, e garantir que a passagem custe, no máximo, R$ 1,00 nos cinco primeiros anos de funcionamento do modal. Os recursos virão da venda bilionária dos vagões do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Apresentei também um requerimento de urgência urgentíssima para acelerar a votação do projeto, com assinaturas de 11 deputados. Meu objetivo é garantir transporte público de qualidade e a preço acessível para a população.

Porém, quando cobrei que o requerimento fosse votado, o deputado Wilson Santos, que presidia a sessão, informou que o documento não havia chegado para votação, e suspendeu a sessão. Quando a sessão retornou e o requerimento reapareceu, eu fui até à mesa e tirei foto para registrar o documento. O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, ficou descontrolado e me agrediu verbalmente. Eu cobrei dele que tivesse compostura, respeito, e ele partiu para a agressão física, com um empurrão no meio da sessão, ao vivo, como todos viram. A população assistiu a uma verdadeira exibição de desequilíbrio emocional e truculência.

É preciso manter a serenidade, mesmo tratando-se de assunto que envolve negócios públicos ligados à família dele. Botelho agiu com violência e agressividade na sessão. Há alguma coisa que ainda está encoberta e que precisa ser esclarecida: porque o negócio do BRT provoca tanta fúria no deputado Eduardo Botelho? Por que Botelho não quer votar a obrigatoriedade da licitação já? Por que ele não quer a tarifa a 1 real? Estão escondendo o quê? Seguiremos em defesa da população de Cuiabá e Várzea Grande, que merece transporte coletivo de qualidade e com passagem barata”.

Foto: Assessoria da Assembleia Legislativa

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