Illy, mulheres e outros elos
Falo da Illy porque gosto dela. Mas aproveito para falar também de outras mulheres e até das impressões de algumas sobre cantoras e cantores. É provável que a maioria dos leitores não conheça a Illy, afinal eu mesmo não a conhecia há pouco. Só vim a conhecê-la em recente ida a Goiânia onde comprei o seu CD “Voo Longe” (Universal, 2018), no qual se destaca a canção “Que foi, my love?”, de Djavan.
A baiana Illy tem um charme…
E por falar em charme e adoração, pouco depois de ouvir o CD por vezes, estive em Chapada dos Guimarães onde acontecia a edição do Festival de Inverno de lá, e no sábado se apresentou naquele palco a popstar sertaneja Paula Fernandes. Não morro de amores pela Paula nem por sua música, embora nela reconheça uma artista bonita e que sabe cativar… especialmente os homens. Já as mulheres… Quem matou a charada foi a Vaniele, do Bazar do Livro, já na volta a Cuiabá. Disse a ela que tanto a Sílvia quanto a Fran (as duas cuidam da Dona Laura na casa de Passos de Machaqway, em Chapada) disseram ter preferido mil vezes o show da sexta, com João Bosco & Vinícius, ao da mineirinha, e até me mostraram depoimentos no Facebook pra comprovar suas impressões. Quando comentei com a Vaniele, ela disse simplesmente: “Mas é claro! Primeiro, que a música da Paula Fernandes é meio deprê. Segundo, e mais importante: mulheres que gostam do sertanejo gostam é do sertanejo de homem! Homens cantam pra nós enquanto cantoras muitas vezes choram as mágoas delas…”.
Mas enfim, adoro a Illy talvez, primeiro, por ser homem. Mas é que ela tem um charme… Seu CD, na maioria das 13 faixas, faz um passeio pela obra de compositores que, independente da idade, trazem um sopro de novidade à MPB: Jota Veloso, Alexandre Leão, Quito Ribeiro, Arnaldo Almeida e outros. De figurões da MPB, além de Djavan, ela visita Chico César e Arnaldo Antunes. E para encerrar o artigo, e para que não digam os leitores que não mostrei nada dela, aí vão uns versos de “Fama de fácil” (Luciano Salvador Bahia): “Eu caio em tentação ligeiro / Num flash, num tapa / Mesmo se a cantada é fraca / Meu coração bobão não escapa / Eu caio em tentação bonita / Na hora, na lata / Não precisa muita poesia / Qualquer haikai me rapta”.
Achei fácil demais gostar dela.
MARINALDO CUSTÓDIO é jornalista, escritor e mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal Fluminense (UFF). mcmarinaldo@hotmail.com
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