Boa Midia

Imprensa, a cidade conta com você

O modo de falar do Cuiabano, principalmente o do interior, impressionava muito aqueles que aqui chegavam.

Esqueciam nossos novos habitantes de que cada região do Brasil tem seu linguajar próprio. O Nordestino conversando rápido com seu conterrâneo, é difícil para aqueles que não são da região entender tudo.

O carioca com suas “tcxitcxia” ou no popular titia, também tem sua maneira de se comunicar.

O paulista tem uma, o paulistano outra e assim vai.

Por que nós não teríamos a nossa?

À medida que o Nordestino, o paulista e o carioca se adapte à sua nova morada, aí sim, começa a absorver os costumes e a fala regional.

Respeitem-se todas, pois faz parte da cultura deste fenomenal povo brasileiro.

A única coisa que se deve respeitar como uma só é a história e a cultura de uma cidade.

O Rio de Janeiro como ex-capital federal, tem uma belíssima página da história do Brasil pelos seus portos, suas ruas e suas praças. São Paulo outra grande metrópole que carrega consigo memoráveis páginas da história do nosso país.

Pelo interior temos inúmeras cidades com marcas indeléveis daquilo que nos deixou, índios, holandeses e portugueses.

Cuiabá embora muitos não saibam, sempre foi um berço de cultura. Desrespeita-la seria debochar da cara de um povo que a milhares de quilômetros das grandes cidades deste país, escreveu com muita garra e sacrifício de nossos descendentes, maravilhosas páginas culturais em vários segmentos
e com muita fibra movimentou neste longínquo rincão, um vigoroso comércio, apesar das dificuldades de logística, e nunca imaginar que por aqui tivesse no passado, um monte de tapera ocupadas por indolentes criaturas.

Chamar a Praia da Urca no Rio de Janeiro, de Praia dos Militares só por que ali no bairro da Urca encontram-se edificações do Exército e um Clube de Oficiais, seria ofender e desrespeitar a história de um local.

Nós cuiabanos esperamos um tratamento digno da imprensa da cidade, como sempre tivemos.

Esperamos que nossa imprensa nunca mais publique ou fale o nome “Ilha da Banana”. Para quem nasceu aqui essa denominação é pejorativa!

Isso é um desrespeito a cidade, a seu povo e a sua história.

Esqueçamos do idiota e mal informado que algum dia pronunciou ou tentou impor a esse histórico local essa barbaridade.

Esperamos que a imprensa doravante ao se referir àquele local, em respeito à cultura de um povo, se refira como Lavras do Sutil, Largo do Rosário ou Largo de São Benedito.

Da justiça a população espera que até nosso tricentenário tudo ali tenha ido por terra, sem nenhum prejuízo aos proprietários, evitando que devotos de São Benedito das missas da madrugada continuem a estacionar seus carros quase dentro da Igreja com medo de milhares de dependentes químicos que os assediam nesse horário.

 

Eduardo Póvoas – cirurgião dentista pó-graduado pela UFRJ

 

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