Júlio Campos reverencia memória de Zahran
Eduardo Gomes
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Uma Sessão Especial da Assembleia, requerida por Júlio Campos focalizará a trajetória de Ueze Elias Zahran e sua importância para o desenvolvimento e a Comunicação mato-grossenses.
A sessão em homenagem à memória de Zahran será presidida por Júlio Campos, amanhã (12), às 10 horas, no plenário da Assembleia.
ELE – Mato-grossense nascido em 15 de agosto de 1924 na cidade de Bela Vista, na fronteira com o Paraguai, o empresário era filho do casal libanês Elias e Laila Zahran. Ainda criança, Zahran trabalhava no bar de sua família, e na juventude descobriu um filé na exportação de café para os vizinhos paraguaios.
Zahran contou certa vez que dona Laila tinha o sonho de cozinhar em um fogão a gás. Numa viagem a São Paulo o filho comprou o presente desejado pela mãe. Além de agradá-la, ele viu no gás liquefeito de petróleo (GLP) a oportunidade para vencer na vida. Assim, em 1955 nasceu a Copagaz, em Campo Grande, então pertencente a Mato Grosso.
A migração do fogão de lenha para o GLP foi a mais rápida em larga escala e alcançou capilaridade relâmpago. Transcorridos 10 anos da criação da Copagaz, Zahran instalou a primeira emissora de televisão em Mato Grosso, a TV Morena, em Campo Grande. Dois anos depois Cuiabá ganhou a TV Centro América, e a Rede Mato-grossense de Comunicação nascida da ousadia de Zahran não parou mais de crescer e se diversificou com emissoras de rádio FM e portais de notícias em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Seu sistema de comunicação é afiliado à Rede Globo de Televisão.
A migração para o gás foi fácil, mas nem por isso Zahran deixou de incentivá-la. Foi dele a criação do jingle comercial:
“Em qualquer lugar do espaço /
Ou por este mundaréu /
Quando a Copagaz chega é aquele fogaréu”.
Com a força do anúncio em sua TV, Mato Grosso em peso aprendeu a cantar a propaganda da Copagaz, empresa que ampliou horizontes e ganhou a liderança continental em sua área, rebatizada Copa Energia.
Apaixonado pelo Cavalo Árabe montou o Haras Zahran em Campo Grande, que virou referência nacional daquela raça. Incentivador da cultura, Zahran criou uma fundação que leva seu nome e que desenvolve ações sociais em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Zahran nunca foi empresário solitário em seus negócios. Sempre teve consigo seus irmãos.
Em vida Zahran recebeu homenagens e condecorações oficiais, mas a maior de todas foi dada pelo Congresso Nacional, que aprovou um projeto de lei do senador Nelsinho Trad (PSD/MS) dando ao aeroporto da capital sul-mato-grossense o nome de Aeroporto Internacional de Campo Grande Ueze Elias Zahran.
Em 27 de dezembro de 2018, aos 94 anos, Zahran morreu de causas naturais no Hospital Albert Einstein, na capital paulista. Deixou a viúva Lucila Peluffo Zahran, quatro filhos, netos e bisnetos.
CORRIDA DE REIS
Patrimônio Imaterial, Histórico e Cultural de Mato Grosso
Maior prova de rua do Centro-Oeste, importante fonte de divulgação mato-grossense no país e no exterior, realizada há 40 anos ininterruptamente com a participação de milhares de corredores brasileiros e de outros países, a Corrida de Reis será declarada oficialmente Patrimônio Imaterial, Histórico e Cultural de Mato Grosso graças a um projeto de lei do deputado Júlio Campos (União), que entra em tramitação nesta quarta-feira, 11.
Júlio Campos argumenta que a Corrida de Reis promovida pela TV Centro América, com percurso em Várzea Grande e Cuiabá, “é símbolo de integração social e cultural, além de promover saúde, lazer e inclusão por meio da prática esportiva”. Segundo o deputado, “a magnitude da grande prova do atletismo no Centro-Oeste é mais um dos importantes legados do empresário Ueze Elias Zahran a Mato Grosso e merece o reconhecimento oficial”.