A Festa Literária das Periferias (Flup), que tem neste ano mais de 90% da programação formada por mulheres negras, anunciou a agenda da 14ª edição do evento, marcado para o período de 11 a 17 de novembro, no Circo Voador, na Lapa, no centro do Rio de Janeiro. No Nomes da literatura nacional e internacional, personalidades ligadas às artes e à academia participarão de debates, oficinas formativas, apresentações musicais, saraus, lançamentos de editoras e performances.
Durante o Ciclo de Debates Aquilombamentos, representantes de comunidades e de organizações ligadas às pautas raciais, étnicas, de gênero e climáticas precederão o Fórum do G20, fortalecendo o debate público sobre as questões das periferias – globais e brasileiras – em conexão com movimentos de resistência.
“O Rio de Janeiro receberá as principais lideranças políticas e econômicas mundiais enquanto a Flup conecta periferias brasileiras a um diálogo global, sobre raça e cultura – inerente às discussões econômicas do G20”, destacou o diretor-fundador da Flup, Julio Ludemir.
Segundo os organizadores, a 14ª Festa Literária das Periferias homenageará a historiadora, poeta e cineasta Maria Beatriz Nascimento (1942-1995) pelo legado artístico que inspira toda uma nova geração de escritoras negras e pelo ativismo na defesa dos direitos humanos de negros e mulheres no Brasil. O quilombo como símbolo de resistência e comunidade defendido pela intelectual brasileira, fruto de sua pesquisa acadêmica aliada à militância política antirracista, exerce influência na programação do festival.
No primeiro dia do evento, está prevista uma mesa literária intitulada O que Queremos para Ontem?, com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. No dia 13 de novembro, está programada uma mesa literária chamada Insiders/ Outsiders, com a escritora Conceição Evaristo.
Reconhecida em 2023 como patrimônio cultural de natureza imaterial pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a Flup tem programação gratuita e para todas as idades. Apresentado pelo Ministério da Cultura e Shell, o evento tem patrocínio do Instituto Cultural Vale e da Globo por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio é da Fundação Ford.
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