Não tenha medo da IA: ela chegou para ficar
Apesar de ser uma tecnologia que já está sendo utilizada por diversas empresas e com a projeção de movimentar US$ 36,8 bilhões até 2025 (dados da Intel), o assunto inteligência artificial (IA) ainda gera muita curiosidade. Muitos se perguntam como será o uso de plataformas com a tecnologia e quais os reais efeitos que elas terão em nossas vidas. Uma coisa é fato: o uso de IA deve revolucionar a maneira como nos relacionamos com o mundo, com os negócios e com outras pessoas. Ela já está presente em nosso dia a dia e, com frequência, a usamos sem que a gente nem mesmo perceba. E acreditem, ela veio para contribuir e melhorar as nossas vidas.
As aplicações são muitas. Na educação, estamos na era do ensino por habilidades e a inteligência artificial será fundamental para ajudar professores na individualização da aprendizagem. Hoje em dia já existem plataformas com IA que permitem aos docentes identificarem as necessidades, aptidões e deficiências próprias de cada aluno. Na saúde, um robô dotado de inteligência artificial foi programado para identificar sinais de sepse nos pacientes e já ajudou a reduzir o número de casos graves da doença no hospital em que foi implantado. Ainda na saúde, a inteligência artificial está contribuindo no diagnóstico precoce de casos de câncer, ajudando a salvar vidas.
Como qualquer outro software, o seu funcionamento será sempre uma réplica do que for programado. Ou seja, os responsáveis pelo treinamento dessas aplicações passarão a ter um papel muito importante na sociedade, uma vez que direcionarão as possibilidades de atuação e a tomada de decisão. O aprendizado contínuo será essencial para a evolução conforme as necessidades do momento.
Em um primeiro momento, as plataformas que utilizam inteligência artificial irão auxiliar a execução de atividades mais simples, permitindo que os humanos foquem em itens mais estratégicos. Para os negócios, as vantagens são inúmeras, principalmente por permitir um melhor aproveitamento do big data disponível e gerar informações para a tomada de decisões mais assertivas. Isso significa que, antes de a IA transformar o emprego, irá transformar os profissionais, que vão continuar com suas posições, mas conseguirão realizar suas tarefas de maneira mais efetiva. Depois, alguns dos empregos serão substituídos pela tecnologia. Por outro lado, como ocorreu em outras épocas com a chegada de inovações, novas profissões serão criadas – e cada vez mais elas destacarão a singularidade do ser humano. Isso vai exigir das pessoas a compreensão de que esse cenário traz mais oportunidades do que riscos e que elas devem se desenvolver para estarem prontas para tal desafio.
Um dos grandes potenciais da IA é a otimização das operações, o que já é realidade para diversos negócios que investiram na tecnologia. Segundo relatório da PwC, 54% dos executivos que implementaram soluções com inteligência artificial já visualizaram aumento de produtividade. Outro uso atual desse tipo de aplicação é no atendimento aos clientes, possibilitando acesso por diversos canais e em diversos horários. Hoje, esse uso já é realidade em setores como o de cobrança, que se beneficia pela amplitude de atendimentos simultâneos, tornando o processo mais rápido, seguro e sigiloso para o cliente devedor.
Atualmente, não entender as aplicações da IA é ir contra a evolução e querer se prender a um presente que desaparecerá em breve. A recomendação de grandes players de mercado, como da líder mundial de pesquisa e estratégia Gartner, é: “o risco de investir muito tarde é maior do que o risco de investir muito cedo”. A disrupção já está acontecendo e não há mais volta para a inovação mas sempre, tendo em mente, que o foco são pessoas.
E por falar em pessoas, devemos pensar na humanização da inteligência artificial, mas sem que isso signifique iludir quem interage com uma máquina levando alguém a pensar que está conversando com um humano. Humanizar o agente virtual é transferir a nossa linguagem para o sistema. É fazer com que as pessoas, mesmo cientes de que estão falando com um robô, consigam travar um diálogo natural, direto, do jeito que fariam se estivessem falando com alguém de carne e osso.
Paulo Gestão é CEO da PGMais
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