A fé é o maior presente que recebi em minha vida. Ela não é apenas uma crença, mas um sustento, uma rocha que me mantém firme nos momentos mais difíceis. Hebreus 11:1 nos lembra: “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem”.
E é exatamente essa fé inabalável em Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil, a Mãe de Jesus e nossa Mãe, que me dá forças. É Ela quem renova em mim a esperança de que dias melhores virão, mesmo quando tudo ao redor parece desmoronar.
Neste 12 de outubro, nossos corações se voltam para as celebrações de Nossa Senhora Aparecida. Para muitos, o feriado parece “ofuscado” pelo Dia das Crianças. Mas eu vejo isso com outros olhos.
A esperança pura e ingênua de uma criança, aquele brilho nos olhos por um presente tão desejado, simboliza algo muito maior. Essa esperança inocente que vemos em cada criança é a semente de uma fé que florescerá na vida adulta.
Eu mesma já fui essa criança. Lembro, da ansiedade que se misturava à expectativa conforme o dia de Nossa Senhora se aproximava. Eu sonhava com os presentes, claro. Mas, ao mesmo tempo, sentia em meu peito o calor de uma fé que minha mãe, devota fervorosa, havia plantado em mim. Essa fé, que começou ali, na infância, cresceu comigo, fortaleceu-se e hoje é a bússola que me guia.
Por isso, entendo que celebramos nesta data não apenas a alegria dos pequenos, mas a fé que nos sustentará por toda a vida.
É, sem dúvida alguma, no coração puro das crianças que reside a fé mais genuína. Quando olho para o sorriso de uma criança, para os seus sonhos, vejo a certeza de que o mundo pode ser melhor, de que, sob a intercessão e os cuidados de Nossa Senhora, dias abençoados estão por vir. É essa fé simples e verdadeira que nos sustenta, que nos faz acreditar em um amanhã mais luminoso, cheio de graça e bênçãos.
Há muitas orações e canções que nos remetem à Nossa Senhora e que aprendemos desde muito cedo. É na força do “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém”, que me levanto todos os dias, que celebro as grandes conquistas e alegrias e, também, que enfrento os momentos de maior dor.
Gosto de citar ainda a linda canção, na voz de Roberto Carlos, que tornou a imagem da nossa Rainha ainda mais viva em nossos corações. Afinal, quem não conhece o “Cubra-me com seu manto de amor, guarda-me na paz deste olhar?”.
Cada trecho dessa canção é muito mais do que música, é uma prece, um pedido de proteção, de perdão, de fé e de misericórdia.
Ao ouvi-la, repito com toda a força da minha fé e da minha gratidão: “Se ficaram mágoas em mim, Mãe, tira do meu coração, e àqueles que eu fiz sofrer, peço perdão”.
E rogo por mim, por todos os que amo, e por todos os que necessitam: “De joelhos aos vossos pés, estendei a nós vossas mãos, rogai por todos nós, vossos filhos, meus irmãos”.
Quantas vezes cantamos e oramos essa e outras preces, com lágrimas nos olhos, com o coração aberto, em busca de consolo? E Ela, com seu manto sagrado, sempre nos cobre, nos acalma e nos fortalece.
Minha maior gratidão é poder olhar para Nossa Senhora e nunca perder a confiança de que estou protegida por seu amor de Mãe. Ela está sempre presente, cuidando, guiando, amparando com sua misericórdia infinita. Hoje, mais uma vez, desejo que todas as nossas crianças possam crescer com esse mesmo sentimento, que nunca percam a fé, que jamais deixem de acreditar no poder do amor e da proteção de Nossa Mãe.
Hoje, renovo meu compromisso de manter em meu coração a simplicidade e a fé de uma criança. Que todos nós possamos seguir pela vida sabendo que somos guiados pelo amor de Nossa Senhora.
E, sempre quando me ajoelhar diante de sua imagem, vou pedir com toda a força da minha alma: que tenha misericórdia por todos aqueles que, no caminho, perderam a doçura, a esperança e a fé, que tenha misericórdia por mim.
“Nossa Senhora, me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu caminho”.
*Kaene Almeidaé cuiabana, gastróloga, nascida e criada no berço cultural da gastronomia cuiabana
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