40 ANOS – Nova Monte Verde, no Nortão de Mato Grosso
Nova Monte Verde surgiu após a divisão territorial que criou Mato Grosso do Sul em 1977.
Gervásio Azevedo, o colonizador, estampou sorriso quando os tratores concluíram a abertura da Avenida Mato Grosso, a primeira do lugar. O calendário marcava 19 de agosto de 1984. Aquela data tornou-se o marco da fundação de Nova Monte Verde, mas um ano antes Gervásio já fazia das tripas coração para vender lotes rurais naquela área, por meio de sua Imobiliária Monte Verde, que recebeu esse nome em alusão a uma elevação na região.
Enquanto agricultores e pecuaristas pioneiros derrubavam a mata, a área urbana era ocupada. Em 18 de maio de 1987, portanto menos de três anos após a abertura da Avenida Mato Grosso a vila que nasceu com o nome de Monte Verde foi elevada a distrito de Alta Floresta por uma lei de autoria do deputado João Teixeira aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Carlos Bezerra.
O acesso ao lugar era difícil. No verão amazônico a MT-208 desaparecia num corredor de poeira nos 160 quilômetros entre Monte Verde e Alta Floresta. No inverno na região a estrada virava um atoleiro sem fim; quando os rios transbordavam o trânsito era interrompido. A malária tinha contornos de hiperendemia. No entorno, em Apiacás e Paranaíta, o garimpo do ouro gerava violência e esvaziava o campo. Nada disso esmorecia os moradores do distrito de Gervásio.
Em 20 de dezembro de 1991, com 3.954 habitantes, Monte Verde teve o nome alterado para Nova Monte Verde. Naquela data o distrito virou município por força de uma lei de autoria do deputado João Teixeira e sancionada pelo governador Jayme Campos. A superfície para sua criação incluiu áreas de Alta Floresta, Apiacás e Juara.
Quando em 13 de abril de 2004 o governador Blairo Maggi sancionou uma lei de autoria do Tribunal de Justiça e aprovada pela Assembleia Legislativa criando a comarca de primeira entrância de Nova Monte Verde sua população era de 8.254 habitantes. No passo seguinte a cidade tornou-se sede da 50ª Zona Eleitoral.
O município tem tradição no cultivo do café conilon, mas a base de sua sustentação econômica é a pecuária. Um frigorífico para abate bovino instalou-se na cidade, mas baixou as portas em 2009. Um laticínio recebe em sua plataforma o leite da pecuária regional.
Não há captação nem distribuição de água às residências. Os moradores lançam mão de cacimbas e em alguns casos de poços semi-artesianos. Coleta e tratamento de esgoto são coisas estranhas por lá. O lixo é deixado num lixão a céu aberto. No final de 2016 a pavimentação da MT-208 entre a cidade e Alta Floresta não estava concluída; faltavam 12 quilômetros para a o término daquela obra e a substituição das antigas pontes no trajeto. O município tem o distrito de São José do Apuí e a vila de Alto Paraíso. Nova Monte Verde é um dos divisores das amazônicas bacias do Juruena e Teles Pires, que formam o rio Tapajós.
A área do município é de 5.048,543 km² e em 2016 tinha 8.730 habitantes, com densidade demográfica é de 1,54 habitante por quilômetro quadrado. O Produto Interno Bruto (PIB) é de R$ 129.085.000. A renda per capita é de R$ 15.110,04. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) numa escala de zero a um é de 0,691. Em 2016 Nova Monte Verde exportou US$ 249.500 (FOB) em madeira, para o México e Eslovênia; no período não efetuou importação. A cidade dista 960 quilômetros de Cuiabá via Alta Floresta, Sinop e Nobres.
EDUARDO GOMES/BOA MIDIA – Também fotos
Foto 1 – Atual
Foto 3 – Em 2008
PS – Texto extraído do livro NORTÃO BR-163: 46 ANOS DEPOIS, publicado em 2016 pelo jornalista Eduardo Gomes de Andrade, sem apoio das leis de incentivos culturais.
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