Pelo fim da AMM e UCMMAT
Nunca o Brasil aprendeu tanto sobre serviços públicos diretos e indiretos quanto agora na pandemia do novo coronavírus. Esse aprendizado nos leva à Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e à União das Câmaras Municipais de Mato Grosso (UCMMAT). Essas duas entidades representativas dos prefeitos e vereadores, respectivamente, saltam aos olhos do contribuinte como improdutivas, inócuas e pesadas ao erário público municipal.
Mato Grosso tem que correr contra o relógio pra extinguir a AMM e a UCMMAT. Chega!
A entidade que reúne os vereadores é quase abstrata. Ninguém a vê em nenhum ato em defesa de Mato Grosso. Sua essência é fortalecer no sentido remuneratório os que lhe dão vida. Briga por verbas indenizatórias, melhores salários, vantagens, mordomias e participação de apadrinhados de vereadores – quando não os mesmos – nos cargos do inchaço da máquina pública.
Muitos vereadores bem-intencionados serão reeleitos. A esses cabe o papel da mobilização pelo fim da UCMMAT. Pra defender os reais interesses dos municípios não se faz necessário entidade classista. Vereadores, prefeito e o vice-prefeito, juntamente com os deputados estaduais e os congressistas com base parlamentar no município dos mesmos são suficientes para tanto.
O Brasil precisa entender que o dia seguinte ao vírus mortal será diferente, sem espaço para penduricalhos e despesas que podem ser canalizadas para as reais necessidades dos municípios.
O sugerido fechamento da UCMMAT não é motivado por incontáveis escândalos promovidos por ex-presidentes. Essas vergonhosas páginas são parte do livro da podridão na vida pública, situação essa que a evolução humana se encarrega de eliminar em todas as esferas dos poderes em todos os níveis.
Uma bem azeitada máquina de Comunicação da AMM se encarrega de mostrá-la indispensáveil, útil e muito representativa dos municípios (nem todos, pois alguns sequer são seus associados). Para tanto, o jornal eletrônico dos municípios e uma central de elaboração de projeto de engenharia e arquitetura são os dois pilares dessa argumentação. Isso não faz sentido!
O Governo de Mato Grosso tem a Imprensa Oficial (Iomat), que muito bem, a custo zero, pode atender toda demanda legal por publicação das prefeituras e câmaras municipais. Desnecessário se faz detalhar sobre isso. Basta os detentores de mandatos alinhavarem esse tema.
O Governo de Mato Grosso tem muitos servidores coçando saco sem real atividade, muito embora sejam comissionados nisso ou naquilo. O governador democrata Mauro Mendes precisa botar a mão na consciência e trocar esses barnabés de ouro por técnicos, e determinar que alguns deles atendam demandas de projetos das prefeituras que não contam com engenheiros ou arquitetos. Não é preciso reinventar a roda pra tanto.
Desfigurada, a AMM não tem prefeitos em seus principais cargos de direção. A realidade é outra. Muitos prefeitos que elegeram a chapa atual não estão mais no poder: morte, assassinato, renúncia e cassação mudaram a representação em vários municípios.

O presidente da AMM, Neurilan Fraga (PL) não é prefeito desde 31 de dezembro de 2015, quando entregou o cargo em Nortelândia, mas mesmo assim cumpre o terceiro mandato consecutivo naquela entidade.

O tesoureiro da entidade, Marcos de Sá (PSB) em 2 deste mês de setembro de 2020 renunciou ao cargo de prefeito de Santa Cruz do Xingu para assumir a presidência da Fundação de Amparo à Pesquisa em Mato Grosso (Fapemat).
O secretário da AMM, Jonas Canarinho (PSL) era prefeito de Aripuanã e foi cassado pela Câmara Municipal, por improbidade administrativa, em 26 de junho deste 2020.
Ou seja, a AMM virou mula sem cabeça em seus três principais cargos. Como representar prefeitos se na cúpula da entidade não há prefeito?

Os prefeitos que se reelegerão e os que conquistarão o primeiro mandato em 15 de novembro terão pouco tempo para se dedicarem à AMM, pela exiguidade do calendário, uma vez que aquela entidade elege sua diretoria a cada dois anos, em dezembro. Mesmo assim, os novos líderes dos municípios terão que planejar sua extinção o mais rápido possível. Para cumprir os compromissos trabalhistas será necessário proceder a venda da frota e da sua sede na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, em Cuiabá.
Para que um projeto dessa natureza se viabilize será preciso que se eleja uma chapa formada exclusivamente por prefeitos, e que se dê â mesma prerrogativa para a decretação de seu fim, o quanto antes.
Chega de UCMMAT e de AMM. O pós-pandemia será marco temporal para a modernização do Estado Brasileiro, onde não deverá remanescer a prática do empreguismo, da acomodação politiqueira e da manutenção de entidades, empresas públicas, órgãos, autarquias, secretarias e ministérios sem sentido.
Eduardo Gomes de Andrade – Editor de blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 e 2 – Agência de Notícias AMM – Divulgação
3 – noticiadosmunicípios.com.br – Barra do Garças
4 – blogdoeduardogomes
Chega de penduricalhos. O povo precisa receber obras e serviços condizentes com a gigantesca arrecadação tributária.
Uma pergunta simples, o que fez essa Amm diante dessa pandemia, por que não tomaram a iniciativa de adquirir equipamento para combater o corona vírus, com preços e quantidade melhores para todos os municípios do estado de Mato Grosso
Josué Murta Brandão
Cabides !!!
José Antônio Sassioto