237 ANOS DE POCONÉ – Uma batalha medieval no Pantanal
Nenhum povo é tão tranquilo quanto o pantaneiro com seu jeitão arrastado de caminhar, as frases curtas, os gestos lentos, a voz quase silenciosa. Seu temperamento é assim o ano inteiro, ou quase isso, porque em junho, quando Poconé acompanha a encenação de uma batalha medieval, acontecem correrias, discussões, movimentos rápidos com os braços e gritaria. A razão? É que o embate é a Cavalhada, um dos mais belos e tradicionais eventos culturais de Mato Grosso.
A Cavalhada chegou a Poconé no século XVIII, na bagagem cultural do capitão-general e terceiro governador de Mato Grosso, Luís Pinto de Sousa Coutinho, o Visconde de Balsemão, que levou para o Alto Pantanal o encanto e a magia dos torneios medievais europeus. Essa tradição ganhou espaço na celebração da festa do Glorioso São Benedito e permaneceu viva até 1955, quando foi interrompida voltando a ser encenada em 1990.
Poconeanos da cidade e da vastidão pantaneira do município se dividem entre Cristãos (vestindo azul) e Mouros (em vermelho) numa luta coreografada encenada por cavaleiros e seus pajens, a céu aberto, numa área tomada pela multidão em delírio.
O Cavalo Pantaneiro tem presença obrigatória na vida do poconeano e não poderia ficar fora da Cavalhada. É a montaria oficial dos Cristãos e dos Mouros. A paixão por esse equino no município é muito grande e pode ser resumida nesse ditado popular, “Cavalo Pantaneiro; que não tem compra, pede emprestado ou rouba, mas não fica sem”.
Distante 100 quilômetros do Aeroporto Marechal Rondon, de Cuiabá/Várzea Grande, Poconé um dos principais destinos turísticos mato-grossenses. Além da beleza permanente do turismo de contemplação e do turismo sazonal de pesca no eixo da Rodovia Transpantaneira, o município tem ainda a anual festa da Cavalhada.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
FOTO: Marcos Vergueiro
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