Boa Midia

Reage MT rachado

Meus amigos, meus inimigos: no próximo dia 10 de outubro, acontece a manifestação do Reage Mato Grosso. O fato é que, diante do cenário de escândalos no qual Mato Grosso se vê envolvido, 55 entidades representantes dos mais diversos segmentos da sociedade civil reuniram-se para discutir a degradação, ética, moral e política do Estado.

Escândalos envolvendo agentes públicos em todas as esferas de poder tornaram indispensável a mobilização da sociedade para a defesa do patrimônio público, fruto do trabalho dos contribuintes mato-grossenses, e para a garantia de punição para aqueles que o dilapidaram, nesses últimos anos.

Mas acontece um problema: apesar dos sindicatos dos bancários e do Sintep terem participado da reunião de fundação do movimento, o Fórum Sindical, pela maioria dos seus sindicatos participantes, resolveu boicotar o Reage MT. E pior: resolveu sair denunciando o movimento, como se o Reage MT fosse uma montagem de grupos que também teriam responsabilidade pelos escândalos que aconteceram em Mato Grosso.

Ora, tenham a santa paciência, senhores sindicalistas Oscarlino Alves (Sisma) e Domingos Sávio de Arruda (Adunemat), coordenadores do Fórum Sindical. Isso me parece uma reação de quem não consegue se livrar do seu sectarismo para construir um efetivo movimento de massas.

A verdade é que tem gente, entre os sindicalistas, preocupada com o fato de que o Reage MT pode representar uma articulação que, no futuro, desaguará na candidatura de personalidades, como o presidente da OAB, Leonardo Campos, ou do representante dos lojistas de Shopping, Junior Vitamina, para a disputa das eleições de 2018.

Mas não se pode dizer o mesmo do Fórum Sindical?! Sindicalistas como o próprio Oscarlino, o sargento Joelson e o Edmundo César não poderão também estar lá, disputando as eleições, em 2018, como é direito deles? Por que temer o futuro e destruir as possibilidades de luta conjunto no aqui e agora?

Acontece que somente uma grande e portentosa manifestação popular, no próximo dia 10, poderá emparedar de vez aqueles senhores e senhoras denunciados por meterem a mão no sagrado dinheiro do erário – e arrancá-los da cômoda situação em que se encontram.

O objetivo comum, portanto, deve ser o de firmar a necessidade de que os suspeitos de corrupção, tal como aconteceu no Tribunal de Contas, sejam imediatamente afastados. Tudo que atrapalhe ou retarde essa conquista representa uma traição aos interesses maiores e superiores dessa entidade que, infelizmente, para muitos, seria abstrata, que é o povo.

 

Enock Cavalcanti, jornalista e blogueiro, é editor de Cultura do Diário

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia Mais

Política de privacidade e cookies