Rossato não quis ser candidato de Bolsonaro
Se arrependimento matasse, Dilceu Rossato não estaria vivo. Paparicado por Jair Bolsonaro para ser seu candidato ao governo em Mato Grosso, Rossato incialmente aceitou, filiou-se ao PSL, mas depois teve recaída e virou candidato Porcina.
Rossato teria chance real de se eleger se colasse seu nome ao de Bolsonaro, que é o candidato preferido pelo agronegócio – área onde Rossato atua.
O cavalo passou arreado e Rossato não soube aproveitar, mesmo sendo especialista em disputar mandatos, muito embora jure pelo último pé de soja que não seja política.
Rossato tem 54 anos, é gaúcho de Nova Paula e um dos barões da soja em Mato Grosso. Sua base empresarial é Sorriso, onde mora desde a juventude. Seu nome enquanto pré-candidato ao governo foi escolhido de última hora pelo PSL, que campeava Mato Grosso afora em busca de um perfil que se encaixasse ao de Bolsonaro. Consultado pelo partido Rossato respondeu “sim” , sem pestanejar, após se encontrar com Bolsonaro no Rio de Janeiro, no começo deste ano. Depois pegou o boné.
Rossato conseguiu uma proeza muito grande. Em 2012 quando candidato a prefeito de Sorriso, declarou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que sua fortuna era de R$ 53 milhões. Naquele pleito ele foi vencedor, cumpriu quatro anos de mandato e tentou sem sucesso a reeleição em 2016, quando ao mesmo TRE declarou que seu patrimônio era de R$ 91,2 milhões, ou seja, que seu aumento patrimonial no período foi de 72%.
Sempre de olho na prefeitura
Sempre de olho na prefeitura de Sorriso, Rossato disputou todas as eleições entre 2000 e 2016, sem nunca admitir que seja político e jamais sem conseguir se reeleger.
Em 2000, pelo PSDB, Rossato recebeu 8.714 votos sendo batido por José Domingos Fraga Filho, o Zé Domingos (PMDB), com 9.304 votos; Zé Domingos agora é deputado estadual pelo PSD em terceiro mandato consecutivo; por três vezes foi prefeito de Sorriso e durante um ano (2011/12) exerceu o cargo de secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar de Mato Grosso. Detalhe: em 2000 o governador era o tucano Dante de Oliveira, do qual Rossato era liderado.
Em 2004, pelo PPS Rossato cravou 11.121 votos vencendo Clomir Bedin, o Chicão Bedin (PMDB), com 10.071. Outro detalhe: à época o governador era Blairo Maggi, então no PPS; Rossato era seu liderado.
Em 2008, também pelo PPS, Rossato recebeu 14.650 votos e não se reelegeu. Quem venceu o pleito foi Chicão Bedin (PMDB), com 15.736. Foi sua primeira derrota em tentativa de reeleição.
Em 2012, com 20.448 votos (57,17%) e filiado ao PR então do senador Blairo Maggi, Rossato pegou de volta a chave da prefeitura. O prefeito Chicão Bedin (PMDB), empresário paranaense, tentou a reeleição e perdeu. Chicão recebeu 13.814 votos (38,62%). Seu vice foi Wanderley Paulo da Silva (PP) produtor rural paranaense. O vice de Rossato foi o paranaense e também empresário Ederson Dal Molin, o Xuxu (PDT). Xuxu renunciou ao cargo depois de conquistar suplência de deputado federal e foi contemplado com rodízio parlamentar regiamente pago pelo contribuinte.
No pleito deste ano Xuxu se elegeu deputado estadual pelo PSC, com 23.764 votos.
Em 2016 Rossato trocou o PR pelo PSB e novamente disputou a prefeitura. Seu companheiro de chapa foi o vereador Hilton Polesello (PTB). Sua coligação, “Sorriso no rumo certo” foi formada pelo PSB, PTB, PP, PR, PROS, PPS, PMB, PDT, PHS, PRB e PTN. Novamente Rossato foi batido numa tentativa de reeleição. Recebeu 17.551 votos (45,23%) e o vencedor foi o tucano Ari Lafin, com 21.008 votos (54,14%).
Rossato não brinca em serviço e conseguiu uma proeza muito grande. Em 2012 quando candidato a prefeito de Sorriso, declarou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que sua fortuna era de R$ 53 milhões. Naquele pleito ele foi vencedor, cumpriu quatro anos de mandato e tentou sem sucesso a reeleição em 2016, quando ao mesmo TRE declarou que seu patrimônio era de R$ 91,2 milhões, ou seja, que seu aumento patrimonial no período foi de 72%.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
FOTO: Arquivo
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