Sem tempo

Ainda sobre as eleições 2018, a moda do #elenão, #elenunca #elejamais que se espalhou pelas redes sociais nos grupos de whatsapp, facebook e tantos outros espaços virtuais e físicos, públicos e privados.

Decidi não responder a nenhuma provocação, a não entrar em confronto, tampouco excluir pessoas às quais contrariam o meu modo de ver, analisar e desejar de mundo.

Não que me falte opiniões e convicções dignas de defesa. Penso que profissionais como nós, jornalistas, vistos e tratados como formadores de opinião, não vamos mudar a visão de mundo de colegas, de outros jornalistas.

Como em nossas redes sociais a maiorias dos amigos é do nosso meio profissional, se realmente quisermos imprimir mudanças precisamos ingressar em outros campos de batalha.

Tenho amizades preciosas, de longe e de perto, com as quais contato pelas redes sociais com mais frequência que nos encontros reais e com as quais não quero brigar. Pessoas que, estou segura, estarão comigo nas horas felizes e nas mais difíceis.

São seres com os quais divirjo o tempo todo, mas nos superamos porque há coisas mais importantes que diferenças políticas. O mesmo, e com mais frequência, acredito, ocorre dentro de nossas casas. Aqui na minha as divergências são grandes e tem integrantes com discurso que quase nos leva à eloquência.

Também não quero alimentar dentro de mim qualquer sentimento de raiva, ódio ou outros com tamanha capacidade de destruição que quando não nos matam nos deixam cegos.

Não vivemos, tampouco queremos, uma sociedade homogênea. Imagino o quanto chato, sacal, fastidioso seria a convivência com seres com gostos, pensamentos e atitudes similares. Também não podemos defender ou aceitar a hegemonia, supremacia, superioridade de qualquer um que seja.

O quão lindo é o nosso mundo, com “Passarinho de toda cor, Gente de toda cor, Amarelo, rosa e azul, Sou ciumento, quente, friorento, Mudo de opinião, Sou mamífero, sortudo, sortido, mutante, colorido, surpreendente, medroso e estupefato, Sou ser humano, Sou inexato, Me aceita como eu sou…”(letra de Renato Luciano).

Também, só para concluir, anda muito sem tempo de provocar e ascender discussões. Mais que isso, dar murro em ponta de faca. Tenho um emprego que me consome horas e muita energia, três livros para estudar e três provas para fazer nas próximas duas semanas. Ufa!

ALECY ALVES é jornalista e estudante de Serviço Social

alecy.pa@gmail.com