Série TRANSPARÊNCIA (28) Perfil de Arthur Nogueira
Um cuiabano nascido em 1974 numa vila de casas ao lado do Morro da Caixa D’água, quer ser governador. Seu nome soa estranho ao mato-grossense: Kellen Arthur Preza Nogueira. Porém se identificado por Arthur Nogueira, muitos saberão de quem se trata. Uns, porque o conheceram em quadra, quando jovem, se destacando enquanto levantador de equipes e da Seleção de Vôlei de Mato Grosso; outros, por sua atuação na Polícia Rodoviária Federal (PRF), instituição da qual foi superintendente regional.
Filiado ao partido de Marina Silva, a Rede Sustentabilidade, Arthur Nogueira formou aliança com o PPL, do qual foi indicado seu companheiro de chapa, o gaúcho Sadi Oliveira dos Santos, que mora em Cuiabá desde 1983; atua no ramo publicitário; e preside a ONG Amigos do Bem, o Instituto São Pio Amigos da Visão e a Associação Mato-grossense de Doenças Inflamatórias.
Antes da Rede, Arthur Nogueira não teve filiação partidária, mas atuou com firmeza e discretamente na solução de alguns graves problemas sociais mato-grossenses, no exercício de sua função na PRF, ao longo de 24 anos vestindo a farda daquela instituição, sendo que durante quatro na chefia de sua Superintendência em Mato Grosso.
Nas duas últimas décadas Mato Grosso foi palco de incontáveis bloqueios de rodovias federais. Ora, índios protestando por falta de demarcação de reservas. Ora sem terra brigando pela posse da terra. Ora produtores rurais de dedo em riste contra a política agrícola (ou a falta dela). Ora atingidos por barragens etc. Nessas manifestações, políticos somente dão as caras para o banho de luz da televisão. Quem ao longo desse tempo dialogou com os movimentos que reivindicaram algo, por certo passou a conhecer melhor a realidade social mato-grossense. Foi o caso de Arthur Nogueira, que em muitas situações esteve à frente de seu efetivo para neutralizar possibilidade de confronto e ouvir participantes desses protestos. Assim, ele descortinou em seus diálogos um verdadeiro universo em permanente demanda por serviços do Estado e, que se for atendido, ainda que em parte, será importante avanço para os 3,4 milhões de cidadãos que vivem na vastidão da Terra de Rondon, com 903 mil quilômetros quadrados.
Arthur Nogueira é um cidadão que passou a infância e juventude na região do Campo D’Ourique, na região central de Cuiabá e que tinha na Assembleia Legislativa – agora em outro endereço – sua mais nobre referência.
Objetivo, Arthur Nogueira encontrou tempo para se formar em Administração de Empresas e conquistar um canudo de bacharel em Direito. Nunca vacilou e jamais temeu rever posicionamentos e conceitos. Foi assim, que após cursar dois semestres de Matemática na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), deixou aquele curso por Administração de Empresas. Mais tarde seria bacharel em Direito.
Filiação partidária nunca foi seu forte, mas sem que ele notasse, a política entrou em suas veias, de tanto conviver com os mais diversos segmentos sociais em protesto por ‘isso ou aquilo’. Uma mãe acampada, dividindo a lona preta de plástico com uma escadinha de quatro ou cinco filhos, e em desespero por um pedaço de terra para plantar, colher e viver em paz transmite uma mensagem muito forte. Um agricultor que não suporta mais a carga tributária e bota seu trator num bloqueio de rodovia precisa de alguém que lute ao seu lado. Um índio que vê sua mata ameaçada pela antropização e consequentemente sua cultura cercada, é um indivíduo que necessita da mão do Estado. Um transportador de cargas que é impedido, ainda que temporariamente, de exercer o direito de ir e vir. Esse efervescente caldeirão social injetou nas veias de Artur Nogueira o sangue político, por força de uma transfusão feita a partir de sua consciência.
Os ensinamentos de berços recebido dos pais Elnita Preza Nogueira e Miguel Ignácio Pernambuco de Nogueira, a infância em família, a juventude embalada pelo esporte, a carreira profissional com atuação na esfera sindical de sua corporação, as relações de amizade e institucionais em nome da PRF, sua iniciação na Loja Maçônica Phoenix do Oriente, filiada à Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso e a vontade de contribuir pela renovação política moldaram a têmpera de Arthur Nogueira. Assim, esse policial rodoviário federal sentiu que era preciso fazer algo pelo ordenamento social mato-grossense. Para tanto teria que tirar a farda e subir ao palanque amparado por uma sigla partidária. Não pensou duas vezes: assinou ficha de filiação na Rede Sustentabilidade, que nacionalmente é um partido liderado pela ex-senadora acreana e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Sempre disposto a ouvir e não menos a falar, Arthur Nogueira conquistou espaço na Rede. Seu nome despontou enquanto pré-candidato ao governo, depois que seus correligionários entenderam a profundidade de seus conhecimentos adquiridos em todas as regiões mato-grossenses.
Com aval partidário, que o apoia e incentiva à disputa eleitoral. Misturando sua vivência no âmbito social junto aos manifestantes que bloqueiam rodovias, e motoristas e passageiros que se sentem prejudicados com o trancamento das pistas. Lançando mão de sua experiência enquanto policial com atuação na linha de frente no combate aos crimes transnacionais que se utilizam na malha rodoviária federal mato-grossense como corredor do narcotráfico no sentido Bolívia-Brasil, e como passagem de veículos roubados ou furtados em Mato Grosso e outros estados para serem usados como moedas de troca do lado boliviano. Somando a isso a titularidade na Superintendência Regional da PRF, onde comandou efetivo e administrou a instituição, Arthur Nogueira entende que está preparado para governar sua terra observando o princípio da lisura administrativa, como quer a população, que segundo ele, “não suporta tantos escândalos de corrupção e abuso de poder”.
Um Estado justo, sem a gritante desigualdade social que se arrasta há muito tempo. Uma terra que concilie desenvolvimento sustentável com justiça social. Um governo que valorize o servidor público e respeite o contribuinte. Uma menor carga tributária estadual. Uma guinada para humanizar e ampliar o atendimento da Saúde Pública. Investimento em Educação em todos os níveis e saneamento básico. Revitalização e ampliação da malha rodoviária. Ocupação civil da faixa de fronteira. Programa que resulte na criação de empresas para geração de emprego e renda. Fim da barganha de apoio por cargos e outras práticas condenáveis. Uma abrangente política social inclusiva, que respeite quilombolas, povos indígenas, comunidades tradicionais etc. Basicamente seria esse o tom administrativo de Arthur Nogueira para sua terra, Mato Grosso.
Estrutura de campanha, mínima. Tempo de propaganda no Rádio e Televisão, curto. Recursos financeiros, ínfimos. Mesmo assim, prensado, Arthur Nogueira não se sente inferiorizado na disputa. Ele aposta na participação coletiva dos que querem mudança, acredita na proposta da Rede e deposita confiança em Marina Silva, “uma mulher de aparência frágil, mas que é extremamente forte, capaz e que conta com o respeito e a simpatia do Brasil inteiro”.
PRF – A instituição PRF é apolítica, mas de suas fileiras foram eleitos dois vereadores por Rondonópolis:Ailton das Neves e Aristóteles Cadidé – atual superintendente; e o senador José Medeiros, que era primeiro suplente do então senador e agora governador Pedro Taques.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 e 2 – Assessoria
3 – Vanessa Moreno
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