Sugestão ao Ministério Público do Estado e a Procuradoria Geral da República

Mato Grosso planeja mal e executa ainda pior. O mesmo acontece em vários municípios. A inércia do governo do democrata Mauro Mendes e de prefeitos é visível em plena pandemia do coronavírus no tocante ao gerenciamento da rede pública de ensino composta pelas escolas estaduais e municipais.
Desde 23 de março as aulas estáo suspensas nessa rede, mas nenhum planejamento se fez pra transferência do excedente orçamentário das secretarias de Estado e Municipais de Educação para a Saúde. Nenhuma autoridade nas duas esferas de governo revelou qual a economia com a suspensão do transporte escolar, que percorre milhares de quilômetros de estradas e ruas diariamente; nenhuma revela quanto se deixa de investir na compra de material didático e outros itens; nenhuma voz se levanta pra abordar a economia de energia, água, telefonia e outros insumos essenciais; o silêncio é absoluto sobre a merenda escolar antes preparada na escola e que agora em parte é doada a famílias de alunos carentes – sobra boa parte, o que obviamente exige a diminuição na aquisição.
Estranhamente políticos fazem silêncio sobre recebimento e aplicação de recursos. Estranhamente. Tomara que o Ministério Público Federal e do Estado entrem em cena (há recursos originários da União, estadual e municipal) antes que a pandemia sirva de pano de fundo para os tradicionais e corriqueiros escândalos na administração pública.
Mauro Mendes é péssimo planejador. O governador precisa entender que em 2020 não há perspectiva da volta às aulas. O ano letivo está perdido, mas em nome da maior de todas as causas: a vida das crianças e adolescentes.
Mauro Mendes não sabe nem sua equipe, que mesmo com a redução dos casos de coronavírus, o que acontecerá mais dia menos dia, a doença continuará rondando com sua letalidade. O perfil da criança brasileira é diferente dos pequenos japoneses, ingleses, sul-coreanos, que têm formação rígida, são metódicos. Nossos José e Maria pulam, dançam, cantam, se abraçam, se tocam. Nenhuma escola mato-grossense conseguiria manter o distanciamento entre os alunos, tanto por seu modo de ser quanto por falta de espaço: num turno escolar com 250 matriculados não há espaço físico pra que fiquem longe um do outro. Imaginem crianças que percorrem 80, 100 quilômetros em estrada sem pavimentação, num ônibus aberto: se o trajeto for em dia ensolarado a poeira as cobrirá, se debaixo de aguaceiro,..
Políticos no poder parem de alimentar a Imprensa Amiga com assuntos periféricos. Parem e assumam seu papel. Redirecionam o excedente orçamentário da Educação, durante a pandemia, para a Saúde.
Que a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) entenda que esse assunto não lhe diz respeito. Que ela se contenha entre suas quatro paredes recheadas de dinheiro pelos repasses de prefeituras (nem todas) e não opine sobre um tema tão sério, relevante e urgente quanto esse.
Que o poderoso sindicato Sintep, tão identificado com a ideologia do PT desça do palanque e vista a verdadeira camisa da Educação, que tem uma face maravilhosa e digna de reconhecimento – os professores e servidores, e outra, caracterizada pelo oportunismo e os braços cruzados – o sindicalismo. Que o Sintep vire a página que lhe toca e mostre que sempre é possível se redimir.
Ministério Público do Estado e Procuradoria Geral da República, Mato Grosso precisa que atuem nesse caso. Não permitam que faltem recursos pra Saúde, por incompetência administrativa.
Eduardo Gomes – Editor de blogdoeduardogomes
FOTO: Luiz Eduardo Andrade
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